Linaeus, famoso botânico francês estudou os cactos agrupando-os numa família botânica de plantas que chamou de Cactaceae.
São plantas oriundas de lugares áridos onde a água é escassa e as raras chuvas muito espaçadas.
A maioria dos cactos cultivados é da região do México, Peru, Chile e Brasil.
Os cactos não têm folhas, com exceção do gênero que tem forma de um arbusto arredondado espinhento.
A perda da água pelas folhas com a respiração da planta é considerável e como a água é fundamental para a sua existência nas regiões áridas, sua capacidade de armazená-la nos tecidos é muito eficiente.

Estes segmentos recebem o nome de cladódios, são em geral carnosos e providos de espinhos.
Quando finos, sem espinhos e de crescimento indeterminado como no gênero recebe o nome de filocládio.
Os espinhos são as folhas que há milênios, através da evolução da planta, transformaram-se para evitar a perda da umidade e para servirem de proteção.
Suas raízes têm as funções de fixação, extração de nutrientes e grande capacidade de extração de água do solo.
A forma e o tamanho dos cactos variam conforme a espécie, alguns ficam na altura de uma árvore outros passam despercebidos entre as pedras e a vegetação.
São verdes e o caule, além de fazer a sustentação da planta, faz também a fotossíntese, que é a sintetização da glicose, base da energia de todos os seres vivos.
Podem ser globosos, cilíndricos com poucos ou sem espinhos, esféricos, articulados, poligonais, discóides, ovóides e ramificados.
Alguns têm “costelas”, em número de cinco ou até mais, pouco pronunciadas ou bastante acentuadas, que são locais de armazenamento de água, tendo a capacidade de encolher-se e expandir-se em função do teor hídrico disponível na planta.
As aréolas são estruturas de onde saem os conjuntos de espinhos e algumas produzem flores.
Também nas aréolas podem haver estruturas semelhantes às gemas das outras plantas com pêlos brancos, cinza ou dourados que estão ali para proteger a entrada dos estômatos e da flor.

Alguns, como no gênero Satsonia, podem atingir 10 cm.
As pétalas são delicadas, parecem de seda e coloridas de branco, rosa, laranja ou vermelho, muito atraentes e chamativas.
vermelho, muito atraentes e chamativas.
Os frutos são em geral bagas carnosas, algumas grandes e saborosas como no gênero
As sementes variam de tamanho e forma, grandes e duras como nos gêneros e mas em geral são bem pequenas.
Os cactos são polinizados pelos insetos, pássaros nectaríferos e pequenos morcegos.
Em seu habitat natural, o solo fica seco a maior parte do ano e o regime de chuvas são anuais e sazonais, podendo ser inexistente por vários anos.
Isto torna os cactos e as plantas suculentas também muito resistentes e com capacidade de reter a umidade para garantir sua sobrevivência.
Têm capacidade de absorver à noite o gas carbônico do ar, abrindo os estômatos para respirar e realizar a troca gasosa para a realização da fotossíntese que é feita somente em presença de luz .
Evita assim, abri-los durante o dia, mais quente, o que propiciaria maior perda de água pela respiração.
A ausência de folhas e a epiderme dura, os estômatos cobertos de pêlos e muitos providos de cerosidade, ajudam a transpiração a ser o mínimo possivel numa notável e mínima perda de umidade para o ar circundante.
Alguns cactos crescem sobre árvores e são por isto chamados de epífitas, como no gênero e como semiepífitas Hylocereus, Selenicereus e
Suas raízes estão no solo mas tem crescimento como se fosse um arbusto trepador, apoiando-se em plantas mais altas
CULTIVO DOS CACTOS;
Os cactos desenvolvem-se em geral em solos arenosos, pedregosos e secos.
Para a reprodução de seu solo de origem deveremos usar substratos que não retenham água, como areia, cascalho, cascas de árvores decompostas e composto orgânico de folhagens junto com o solo mineral comum de cultivo.
Apreciam solo de pH mais alto do que a maioria das plantas ornamentais necessitam, em torno de 6 a 6,5, então devemos evitar a colocação de turfa, cujo pH é de 3-3,5, preferindo húmus de minhoca que tem pH em torno de 7,0.
As raízes dos cactos são superficiais e muito numerosas, mas o preparo do solo em profundidade de mais de 15 cm é necessário, para garantir uma boa drenagem de águas de chuva ou regas.
Para cultivo em vasos o fundo do recipiente deverá ser preparado com cacos de vasos brita ou manta geotêxtil ( manta de não tecido, usada para filtro de ar, coifas e ar condicionado) para evitar a compactação da terra no furo de drenagem, ocasionando encharcamentos.
Adicione um pouco de areia antes de colocar o substrato.
A mistura a ser colocada deve ter boa drenagem, alguma fertilidade e moderada capacidade de reter água.
A adubação de cobertura poderá ser feita com adubo granulado fórmula NPK com pouco nitrogênio.
Como este nutriente promove o maior crescimento do tecido vegetal, a planta poderá ficar com deficiência de outros nutrientes, ficando débil e sujeita a ataque de fungos e outras doenças.
A formulação do tipo 4-14-8 é a melhor e propicia também melhor floração
Os frutos dos cactos contêm inúmeras sementes, quase sempre pretas.
Um único fruto de poderá produzir centenas de sementes viáveis.

Coar num pano, procurando dissolver a mucilagem que as envolve.
Lavar bem as sementes, o resíduo da mucilagem poderá ser berço para desenvolvimento de fungos.
Deixar secar no sol. Se algumas fibras ficaram aderidas às sementes, quando estiverem secas serão descartadas com facilidade.
Bandejas de semeadura podem ser adquiridas em lojas especializadas ou então use recipientes como bacias plásticas ou caixas de frutas forradas no fundo com furos para drenagem e encha com substrato feito de casca de arroz carbonizada, pó de coco ou substratos adquiridos no comércio.
Semear procurando distribuir as sementes, podendo cobrir com areia peneirada ou deixar sem cobertura nenhuma.
A germinação ocorre entre 30 e 45 dias para a maioria dos gêneros,poderá levar mais tempo.
A melhor época de semeadura para os cactos é no verão.
Evite regar a sementeira.
Se colocar a bandeja de cultivo dentro de outra com uma lâmina de água esta subirá por capilaridade não sendo necessário molhar.
Para que isto ocorra, a altura do substrato da sementeira deverá ser pequena.
Para uma mistura de pó de coco e areia, 5 até 6 cm, diminuindo para 4 se o substrato for areia pura.
Parece estranho manter esta umidade, mas as plântulas dos cactos não têm tecidos para armazenar água como nas plantas já desenvolvidas.
Não deixar a bandeja mergulhada na água, retirando após alguns minutos, evitando assim a proliferação de fungos.
Uma bandeja assim umedecida mas não encharcada poderá manter-se por muito tempo sem outras regas.
A observação da umidade do substrato, portanto, é fundamental.
Esta bandeja de sementes poderá ir para uma estufa ou para quem se inicia na prática, uma cobertura com plástico para manter a umidade.
Após a emergência das plântulas, retirar esta cobertura e manter a bandeja em local ventilado, mas à sombra.
Uma coisa importante: não semear especies diferentes juntas e marcar o recipiente com o nome da planta.

Para quem for fazer a nível comercial deve saber que entre a semeadura e a comercialização poderá haver um tempo mais longo que a maioria das plantas ornamentais, o que gera um custo maior por planta, já que permanece mais tempo no viveiro.
O tempo de ficar no substrato de semadura é de 3 a 4 semanas.
Após a quarta semana pode ser feita adubação de cobertura com adubo dissolvido em água numa fertirrigação, cuidando com a quantidade aplicada bem como a intensidade da rega, para não desplantar as frágeis mudinhas.
Após 4 a 5 meses poderá ser feito o transplante para vasos, que poderão ser grandes vasos de boca larga, tipo bacias para cultivo em comunidade.
Se a produção é feita em viveiro, não há o problema das chuvas pesadas que poderão danificar as plantas.
O jardineiro amador poderá providenciar uma tela fina, destas para mosquitos, para colocar sobre os vasos.
Para quem cultivar a nível comercial, as plantas ficarão neste tipo de recipiente até o segundo ano após a semeadura.
O gênero no entanto, é de rápido crescimento e não acompanham estas indicações, sendo repassados para vasos em tempo bem menor.
Para ver as pequenas mudinhas crescerem, é preciso ir colocando na luz a cada dia mais.
No Brasil a exposição leste é a melhor, pois o sol ainda não está muito forte e assim inicia a aclimatação das plantas ao sol.
Quando estiverem crescidas, já envasadas ou em canteiros, a luz direta do sol é absolutamente necessária e poderão então ficar expostas ao sol o dia inteiro.
Os cactos apreciam altas temperaturas então sabemos que em regiões de invernos muito frios e úmidos a planta terá problemas.
Como já foi comentado, a amplitude térmica não afeta estas plantas, com calor de dia e frio de noite, como nas condições de desertos
A maioria dos cactos se desenvolve lentamente, mas quando o cultivador notar que ele parou seu crescimento, tem uma cor anormal para a espécie ou há raízes saindo pelo furo de drenagem, chegou a hora de transplantar para vaso maior.
O tipo de vaso poderá ser de plástico, como são comercializados ou cerâmica crua, excelente por permitir o arejamento e a porosidade necessária sem encharcamentos para a planta.
Quando retirar a muda com cuidado do vaso antigo, examine as raízes.
Existe um tipo de cochonilha, parece um floquinho de algodão, que costuma se alojar ali.
Se for o caso, aplique chá de alamanda ou uma solução bem diluída de óleo de nim.
Espere uns minutos para a solução secar.
Prepare o vaso com o substrato que já mencionamos e coloque a planta, não apertando, apenas fixando.
Por cima do substrato poderá colocar areia ou cascalho fino, para ajudar a aeração e evitar a perda de água por evaporação.
Isto também evita a formação de bolsão de água junto ao colo da planta, o que propicia o desenvolvimento de podridão do colo, uma doença fatal para o cacto.
Uma adubação com adubo granulado dissolvido e usado como água de rega, poderá ser feita a cada mês, mas sempre umedeça um dia antes com um pouco de água, para evitar a concentração de sais na superfície seca do substrato.
Ele estando úmido há a formação de um pequeno bulbo de umidade junto às raízes, quando colocar o adubo dissolvido ele percolará e estará assim disponível para as raízes, não queimando nenhuma